9 a 14 anos
Brasil adota esquema de dose única para vacina contra HPV
Recomendação, feita pela ministra Nísia Trindade, vale para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que a vacina contra o HPV, um vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero, será aplicada em dose única no Sistema Único de Saúde (SUS).

A recomendação é para um público específico: crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Imunossuprimidos e vítimas de violência sexual, que também podem receber a vacina na rede pública, continuarão com o esquema anterior (até três doses).

A ministra também orientou estados e municípios a fazerem uma busca ativa dos jovens de até 19 anos que não receberam nenhuma dose do imunizante para que possam atualizar a vacinação.

A nota técnica do ministério incluiu um novo grupo no Programa Nacional de Imunizações (PNI): pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR), de qualquer idade.

Desinformação e preconceito: vacina contra HPV previne câncer, mas adesão no Brasil segue abaixo da meta

Podem se vacinar de forma gratuita pelo SUS:

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos
  • Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)
  • Vítimas de abuso sexual
  • Pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR)

Desinformação e preconceito: vacina contra HPV previne câncer, mas adesão no Brasil segue abaixo da meta

Dose única é recomendada pela OMS

 

A decisão segue uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) feita em 2022. Na ocasião, os especialistas revisaram evidências da eficácia de duas ou três doses nos esquemas recomendados e concluíram que uma dose da vacina já oferecia uma proteção significativa contra o HPV.

Segundo a OMS, a adoção do esquema de dose única para a faixa etária de 9 a 20 anos pode auxiliar no aumento da cobertura vacinal, a inclusão de outros públicos prioritários e facilitação da introdução da vacina contra o HPV em programas de imunizações nos países de média e baixa renda. No Brasil, a adesão segue abaixo da meta.

Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que vários estudos vêm acompanhando mulheres que receberam uma dose da vacina com mulheres que receberam duas ou três e os dados são robustos.

“Isso tornou possível que muitos países como o Reino Unido, a Austrália, vários países da América Latina e agora o Brasil, também adotasse o esquema de uma única dose da vacina contra o HPV para meninos e meninas de até 20 anos de idade”, explica o infectologista e pediatra.

Reproduzido do g1.globo.com

Compartilhe esse conteúdo